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Doenças ocupacionais no telemarketing
A realidade dos operadores do telemarketing:
Perda de audição, dores, depressão.
Um dado assustador:
Aproximadamente 72% são mulheres, 84% com idade entre 18 e 29 anos. Esse setor corresponde ao maior empregador na área de serviços do país. Sendo a grande maioria empresas terceirizadas que prestam serviço para grandes empresas renomadas e contratam por um salário mínimo cheio de descontos.
Saiba mais: O que são as doenças ocupacionais?
Dessa forma, estima-se que no Brasil hoje o setor do telemarketing empregue cerca de 1,5 milhão de trabalhadores, sendo a ampla maioria jovens, mulheres e negros, com aproximadamente 72% de mulheres e 84% com idade entre 18 e 29 anos.
Desse modo, esse setor corresponde hoje ao maior empregador na área de serviços do país, sendo a grande maioria empresas terceirizadoras que prestam serviço para grandes empresas renomadas e contratam por um salário mínimo cheio de descontos.
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Junto ao crescimento do setor, aumentou também o número de doenças ocupacionais ligadas a este precário serviço.
Assim, o uso do headset unilateral (fone de ouvido utilizado no atendimento) tem sido grande causador de danos irreversíveis para a audição, como a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). Que leva a necessidade de jovens trabalhadores de utilizarem aparelho auditivo por consequências, muitas vezes, do seu primeiro emprego.
Além disso, a precariedade do serviço gera diversos outros tipos de doenças ocupacionais, como:
- LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo), ocasionada pelo rotineiro trabalho no computador;
- dores constantes nas costas, devido às péssimas condições das cadeiras. Na maioria das vezes, não possuem os ajustes de altura, encosto e braços necessários e as quais o operador é obrigado a ficar sentado durante mais de 6 horas;
- além das doenças psicológicas, como o estresse.
- ocasionalmente geram desmaios na operação
- pressão alta
- alergias
- dores pelo corpo e de cabeça
- gastrite crônica
- depressão e síndrome do pânico, normalmente ocasionados devido à pressão por produtividade e metas, que vêm acompanhados do assédio moral dos supervisores, que não se abalam em humilhar um operador na frente de toda a operação quando quer cobrar melhores resultados.
Leia também: Quando pedir indenização por doença ocupacional?
Dentro das metas a serem batidas, uma delas é o tempo em que o atendente fica disponível para atendimento. Ou seja, o tempo do seu ponto menos as pausas. Porém, apesar da orientação de fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas de que, em serviços como esse, é necessária uma pausa de 10 minutos a cada hora trabalhada. Além da orientação não ser respeitada, em muitos Call Centers não é permitida nenhuma pausa para ir ao banheiro ou beber água. Isso também gera diversas complicações no sistema urinário, como infecções, problema esse que já afeta majoritariamente as mulheres.
Frente a todo esse cenário de alto índice de doenças ocupacionais no telemarketing, estudos mostram que, além das mulheres serem maioria no setor e os principais alvos de assédio moral e sexual por parte dos supervisores, são também majoritariamente as que têm a saúde mais afetada, pois ligado ao trabalho precário de carteiras assinada, há também a dupla jornada de trabalho – muitas vezes tripla, pois possuem dois empregos – em que seguimos mais horas de trabalho doméstico e cuidado com os filhos.
Saiba mais: Doenças ocupacionais são comuns entre os profissionais do telemarketing
Além disso, o desrespeito com as leis e os direitos trabalhistas leva a que muitas trabalhadoras grávidas sejam demitidas, como parte da grande rotatividade nesses empregos – alto índice de pedidos de demissão devido aos baixos salários e péssimas condições de trabalho, além dos cortes por parte da empresa –, já que mulheres grávidas não seriam tão produtivas. Pois entregam resultados com menos tempo disponível, consequência do alto número de pausas. Quando não são direta e ilegalmente demitidas, são forçadas a pedir demissão devido à pressão da supervisão.
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Para saber mais sobre doenças ocupacionais, leia:
Doenças ocupacionais mais comuns
O que fazer quando a doença ocupacional acontece após a demissão
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OAB/RO: 7539
• Advogado com atuação na área de concurso público
• Formado pela UNIR
• Co-autor do livro “Encorajem-se com profissionais do Direito”
• Servidor da Controladoria Geral da União (CGU)
• Recebeu Prêmio de Excelência da CGU na categoria Agente Público Destaque (2019)
• Pós Graduado em Planejamento Estratégico da Gestão Pública pela IFRO
• Foi professor no IFRO responsável pelo módulo de Direito do Trabalho e Ética
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<h2>OAB/RO: 7539</h2> • Advogado com atuação na área de concurso público • Formado pela UNIR • Co-autor do livro “Encorajem-se com profissionais do Direito” • Servidor da Controladoria Geral da União (CGU) • Recebeu Prêmio de Excelência da CGU na categoria Agente Público Destaque (2019) • Pós Graduado em Planejamento Estratégico da Gestão Pública pela IFRO • Foi professor no IFRO responsável pelo módulo de Direito do Trabalho e Ética